“Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a Balaão: que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes? (...) Disse-lhe o anjo do Senhor: por que já três vezes espancastes a tua jumenta? Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade que eu te haveria matado, deixando a ela com vida.” Números 22: 28,32,33
Esta é uma passagem bíblica que nos retrata uma série de verdades.
Céticos poderiam dizer que se trata de uma alegoria dizer que uma jumenta falou; mas o que é fazer uma jumenta falar pra quem fez a própria jumenta? Um de nossos tantos erros é querer dar forma e método para as coisas de Deus. Devemos aprender que os pensamentos de Deus são insondáveis: “quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Romanos 10:33b”
Mas eu vejo uma lição verdadeiramente poderosa nessa passagem. Como se pode constatar dos versículos acima citados, Balaão espancou sua jumenta por três vezes. Ele vinha seguindo por um caminho que não agradava a Deus. Então Deus mandou um anjo para que este tirasse a vida de Balaão; contudo, a jumenta conseguiu ver o anjo com sua espada na mão, e por três vezes mudou a sua rota; ou seja, por três vezes, a jumenta salvou a vida do seu amado dono (Balaão).
E o que foi que Balaão deu em troca à jumenta? Ele a espancou repetidamente!
Quantas vezes nós espancamos aqueles que nos cercam? Quantas vezes espancamos aqueles que estão a salvar as nossas vidas? Quantas vezes espancamos aqueles que nos são fiéis e nos amam?
Na verdade, aquele pobre animal estava com mais sanidade do que o grande profeta Balaão. E dessa forma nos comportamos com os que nos cercam: tão cheios de soberba e tão cheios de si mesmos que acabamos por maltratar e castigar as pessoas que, na maioria das vezes, encontram-se em um estado – financeiro, social, intelectual, etc – inferior ao nosso, sendo que, na verdade, nós é que nos comportamos como “animais irracionais”.
Balaão estava extremamente irritado porque a sua jumenta estava desviando o caminho dele. Por vezes, nossas vidas são levadas para outros caminhos, e começamos a esbofetear todo mundo, na miudez de nosso entendimento, achando sempre que a nossa vontade é que tem que ser atendida, que nosso querer é soberano sobre tudo e todos.
A palavra de Deus fala: “mas foi repreendido pela sua própria transgressão: um mudo jumento, falando com voz humana, impeliu a loucura do profeta. 2 Pedro 2:16”.
É impressionante como agimos como loucos quando “espancamos” quem nos cerca.
Que nós possamos ter discernimento para vermos além das circunstâncias que nos surgem à vista. Que possamos valorizar os “jumentos” que nos sustentam em suas costas, muitas vezes doando suas próprias vidas!!!
Que você tenha um excelente dia, agradecendo a Deus pelos amigos, irmãos e familiares que você tem, mesmo que eles estejam contrariando sua egocêntrica vontade; talvez essa contrariedade seja pra salvar a sua vida!
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros. Pois toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Gálatas 5: 13,14”.
Grande abraço,
Hélio Roberto.