Você já se imaginou viver dia
após dia, ano após ano, em um dos países mais fechados do mundo? Para nós,
cristãos livres da perseguição, a assimilação dessa realidade é praticamente inalcançável.
Devido às suas políticas de isolamento, a Coréia do Norte é um mundo à parte de
tudo aquilo que conhecemos, o que gera uma grande dificuldade quando nos
propomos a falar de um regime tão restrito e, principalmente, da perseguição À
igreja existente ali. Há 15 anos em primeiro lugar na Lista Mundial da
Perseguição, servir a Deus na Coréia do Norte custa um alto preço.
Durante os cerca de 70 anos em
que esteve no poder, a família Kim construiu um culto à sua personalidade que,
ao longo dos anos, passou a ser a única “religião” do país. Para muitos
norte-coreanos, não há Deus e tudo quanto existe provém deles. Há quatro
igrejas oficiais no país – duas protestantes, uma católica e outra ortodoxa – todas
localizadas na capital Pyongyang. Essas são basicamente “igrejas de fachada”,
servindo à propaganda política sobre a liberdade religiosa no país.
Uma das formas alternativas de
culto encontrada pelos cristãos norte-coreanos é chamada de “igrejas
subterrâneas ou clandestinas”. É difícil crer nisso, mas ainda hoje há milhares
de cristãos que se reúnem em cavernas e montanhas, tentando fugir do rígido
controle do Estado e do constante perigo de serem delatados às autoridades por
vizinhos e parentes.
Uma análise rápida do cotidiano
de civis e cristãos na Coréia do Norte já mostra a diferença gritante entre
adorar ao Senhor lá e aqui. Ser cristão na Coréia do Norte significa:
- Em nome da adoração ao Deus único e verdadeiro, ter de conviver com as pressões psicológica e física impostas àqueles que não se prostram nem prestam culto a Kim Jong-un, sucessor direto de Kim ll Sung.
- Colocar-se vulnerável diante das imposições do governo já que, para muitos, as fotos de Kim Jong-un são as coisas mais preciosas de uma casa, mas para os cristãos, o Senhor Jesus é o que há de maior valor.
- Se for encontrado com uma Bíblia, estar sujeito à condenação de crime político (na maioria dos casos, o veredito é dado como culposo; punido por prisão perpétua e servida em um acampamento político-militar do governo).
- Jamais usar um celular em locais públicos.
- Ter à disposição apenas dois canais de televisão, estes geralmente cheios de propaganda do governo.
- Ser proibido de professar sua fé abertamente e ir à igreja aos domingos.
- Estar sujeito a acusações injustas de traição e condenação a 20 anos de prisão, sem um julgamento justo.
- Ser impedido de pregar o evangelho, ler a Palavra e cantar louvores a Deus.
Fonte: Revista Portas Abertas, de fevereiro de 2017.
Irmãos, precisamos orar e apoiar
nossos irmãos perseguidos. Além disso, precisamos dar valor à liberdade que
temos, e não hesitar em pregar o evangelho a todo momento.
Que Deus o abençoe grandemente e
te dê a ousadia do Espírito Santo!
Grande abraço,
Hélio Roberto.
Twitter: @heliorsousa