segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dízimo: ato de libertação – Parte 1



“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança.” Malaquias 3:10

Esse é, de fato, um assunto bem nevrálgico no que tange à vida espiritual, embora poucos sejam aqueles que se propõem a abordar tal assunto. Contudo, não escrevo tais mensagens com o intuito de agradar, mas de levar a verdadeira mensagem de Deus, sem sofismas ou enganações, por mais que não seja o que a maioria gostaria de ouvir.

Até mesmo dentre as Igrejas, quando o tema é dízimo, não é raro que se encontrem cristãos revirando o rosto com um ar de insatisfação. Comentários como: “isso é pra enricar o Pastor”, “dar o dízimo é coisa de babaca” ou “Deus não precisa do nosso dinheiro” não são difíceis de serem ouvidos. Muitos são os erros de percepção quando o assunto se trata de dízimos.

Primeiramente precisamos entender, biblicamente, do que se trata o dízimo. A palavra dízimo foi citada pela primeira vez na Bíblia no livro de Gênesis 14:20: “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. A palavra dízimo significa a décima parte de algo. Mas por que devemos devolver o dízimo? Será que Deus precisa do nosso dinheiro?

Ora, a primeira observação que faço é que o dízimo não é um pagamento! Alguém pode perguntar: como não? Estou tratando de dinheiro! E eu digo: dízimo se trata de uma devolução! Na verdade, quando vivemos em uma vida dependente de Deus, assim como para os grandes homens de fé que a humanidade já conheceu – por exemplo: Abraão e Jacó, dentre outros – tudo o que recebemos provém de Deus! Portanto, o dízimo é o ato de devolver a Deus a décima parte do que recebemos do próprio Deus! Então, não podemos dizer que estamos pagando o dízimo, mas sim que estamos devolvendo o dízimo do que recebemos do Deus Altíssimo.

Superada essa questão de nomenclatura, vamos tratar da necessidade de se devolver o dízimo e das suas consequências.

Por que devolver o dízimo? O que eu vou dizer agora vai contra a ideia que muita gente tem quando o assunto se refere ao dízimo: o maior beneficiário com a devolução do dízimo é você mesmo!

Como assim? É simples: o dízimo é um ato de fidelidade para com Deus por diversos motivos: (1) está na Palavra de Deus, ou seja, é preceito do próprio Deus; (2) a obra de Deus precisa de recursos para ter continuidade, e é a partir do dízimo que colaboramos para o crescimento dessa obra e (3) a partir de nossa fidelidade, Deus nos honra com a sua fidelidade.

Abraão era um homem extremamente abastado! “Abrão era muito rico em gado, em prata e ouro. Gênesis 13: 2”. Abraão tinha bem mais do que necessitava. Quanto mais Abraão era fiel a Deus, mas Deus honrava a Abraão! Quando somos fiéis a Deus, Deus nos honra! Jacó, quando saiu da casa de seu pai Isaque, durante sua viagem, chegou a usar uma pedra como travesseiro! Foi quando ele teve um encontro com Deus, prometendo-lhe devolver o dízimo de tudo o que recebesse: “Partiu, pois, Jacó, de Beer-Seba e se foi em direção a Harã; e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e, tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitou-se ali para dormir. (...) então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. Gênesis 28:10,11,22”. Meus caros, Jacó não tinha absolutamente nada, a ponto de usar uma pedra como travesseiro! Entretanto, ele assumiu um compromisso com Deus!

Sabe como Jacó estava quando voltou à terra de seu pai? Jacó preparou um presente para apascentar o coração do seu irmão Esaú: “Passou ali aquela noite, e do que tinha tomou um presente para seu irmão Esaú: duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros, trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos. Gênesis 32:13,14”. Ora, esse era apenas um presente para o seu irmão Esaú! Como é claro que Deus honra a quem lhe é fiel! Jacó não tinha absolutamente nada do ponto de vista material, todavia, quando foi adquirindo algo, mostrou fidelidade para com Deus, e foi extremamente honrado por isso!

Meus caros, o dízimo é algo bem mais espiritual do que material!

Além disso, devemos devolver o dízimo como um ato de submissão à Palavra de Deus. Quando nos apegamos ao dinheiro, retendo inclusive aquilo que cabe ao crescimento da obra de Deus, roubamos o próprio Deus! “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda. Malaquias 3:8,9”. Meus amigos, não podemos ser hipócritas ao ponto de observamos apenas os preceitos bíblicos que nos convêm. Recorremos às Sagradas Escrituras quando necessitamos de um conforto ou de uma direção, mas esquecemos de cumprir os preceitos de Deus em sua totalidade!

Não pensem que eu sempre fui dizimista. Pelo contrário! Eu fui o maior crítico do ato de se devolver o dízimo; por ignorância e falta de conhecimento bíblico, eu profanava verdadeiras blasfêmias relacionadas a este preceito divino! Sabe quando foi que caiu a minha ficha? Vou compartilhar esse momento com vocês:

Eu me encontrava em um verdadeiro desastre financeiro! Contudo, eu já conhecia os preceitos relacionados à necessidade de se recolher o dízimo; todavia, tomando como justificativa a minha situação financeira desastrosa, eu tentava adiar o recolhimento do dízimo! Que erro tremendo!

Não podemos esperar que as coisas fiquem bem para recorrermos a Deus, pelo contrário, devemos recorrer a Deus para que as coisas fiquem bem!

Então, de joelhos no meu quarto, em um momento de oração, enquanto eu pedia que Deus cuidasse das minhas finanças, contudo sendo extremamente resistente ao ato de devolver o dízimo, eu tive uma visão! Eu vi Satanás apontando o dedo para Deus e dizendo: tá vendo esse aí que se diz teu filho? Diz que te ama; ora a ti; fala de ti; mas ama mais o dinheiro do que a ti! (fazendo referência ao fato de eu não devolver o dízimo). Meus amigos, aquilo me desmoronou! Satanás é acusador por natureza. Eu me senti como um traidor de Deus. Eu falava de Deus para as outras pessoas, pregava a Palavra de Deus; clamava a Deus a todo momento; conversava com Deus durante o meu dia; mas na hora do dízimo eu era um verdadeiro hipócrita! Então, a partir daquele momento, eu pedi perdão a Deus pelo tempo em que eu não fui fiel, e assumi um compromisso de fidelidade para com o Deus que eu tanto amo! Como isso me fez bem!

Precisamos assumir que somos fiéis a Deus. Não podemos permitir que nossas atitudes deem legitimidade para que Satanás venha a nos acusar diante do Senhor! Sejamos fiéis meus amigos, no pouco e no muito, e sejamos honrados pelo Deus Todo Poderoso!

Continuarei esse tema na próxima mensagem!

Espero que você tenha um fabuloso dia, sendo verdadeiramente fiel ao Senhor dos senhores!

 “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda. Provérbios 3:9”.

Grande Abraço,

Hélio Roberto.