sábado, 27 de dezembro de 2014

Pastores chamados por homens e não por Deus


“Porque os ídolos dos lares falam coisas vãs, e os adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor. Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes-guias; mas o Senhor dos Exércitos tomará a seu cuidado o rebanho, a casa de Judá, e fará desta o seu cavalo de glória na batalha”. Zacarias 10: 2,3

Esse é um texto que traz uma advertência bastante contundente àqueles que simplesmente esquecem e deixam de cuidar das ovelhas do Senhor. Entenda, as ovelhas são animais frágeis e que precisam de uma direção, e, nesta analogia, as ovelhas somos nós. Entretanto, aqueles que deixam as ovelhas de Jesus se perderem, responderão Àquele que é o dono de todas elas, ou seja, o bom pastor Jesus Cristo.

Algo me chama atenção nos dias atuais: a banalização do ministério pastoral! Hoje em dia, salvo as poucas exceções, não há mais critérios para que se venha a ungir um pastor. É preciso deixar claro que a unção não é apenas uma liturgia, mas uma chancela da própria igreja (a quem foi entregue autoridade por Cristo) para aquele que está sendo ungido. Mas a problemática ocorre bem antes da unção em si. É bem verdade que a vida pastoral é, antes de tudo, um chamado de Deus. Entretanto, muitos estão chamando a si próprios, sem querer ao menos saber qual é a vontade de Deus para suas vidas. Assim, como pode este ter temor de Deus em seu ministério se ao menos quis saber qual o seu verdadeiro chamado diante do Senhor?

Em função disso, verifica-se o diabólico testemunho de mercenários da fé que se autointitulam “pastores”, os quais estão usando o nome de Deus para tentar dar suporte às suas falcatruas, imoralidades e heresias!

Em algumas igrejas da atualidade não se sabe de fato o que vem a ser a responsabilidade de um pastor. Enfim, seguem algumas orientações àqueles que acham que qualquer um pode o ser:
·         Ser pastor não é algo banal, embora a regra da banalização esteja assolada em nosso meio. O chamado de Deus nunca pode ser banalizado! O Apóstolo Paulo, em sua primeira carta a Timóteo (1 Tm 3:1-7), traz as características de como deve ser um pastor. Veja: (1) Seja irrepreensível; (2) Esposo de uma só mulher; (3) Temperante; (4) Sóbrio; (5) Modesto; (6) Hospitaleiro; (7) Apto para ensinar; (8) Não dado ao vinho; (9) Não violento; (10) Cordato; (11) Inimigo de contendas; (12) Não avarento; (13) Que governe bem a sua própria casa; (14) Não neófito, ou seja, novo convertido e (15) Tenha bom testemunho com os de fora! (Por isso sou totalmente a favor de se retirar a ficha de antecedentes criminais – embora os atos realizados antes da conversão não devam ser tomados em conta, bem como ver se o candidato a pastor está nos órgãos de proteção ao crédito; afinal, devem dar bom testemunho!) Quantos pastores-estrelas estão totalmente fora dessas características? Veja o item 5: modéstia! E o 6: hospitaleiro! Quantas vezes você foi recebido por seu pastor na casa dele? Quiça o 15: bom testemunho com os de fora! Enfim, essas são características a serem buscadas por homens tementes a Deus, que desejam cumprir esse chamado com todo temor diante do Senhor.

·         Ser pastor não é ser servido, é servir! Embora essa seja a premissa máxima do ministério pastoral, não tem sido a regra vista na atualidade! Quantos têm ansiado pelas honras e pelo local de glória? Quantos visam apenas os momentos de cuidado e não querem saber de cuidar? Quantos esquecem que o verdadeiro pastor dá vida pelas suas ovelhas? Quantos esquecem que pastorear é apascentar, cuidar, amar e se sacrificar por suas ovelhas? Pois é, muitos esquecem!

·         Para ser pastor tem que ser experimentado! Infelizmente, por não saber que devem servir, muitos querem o título de pastor sem que sejam experimentados em suas condutas e testemunhos. Vou dá-lhes um exemplo: digamos que se tenha que limpar o chão da igreja e não há nenhum funcionário para tal, e o culto já vai começar. Alguns pastores acham que executar esta tarefa na casa de Deus seria algo desonroso, e esquecem que o próprio Cristo lavou os pés dos apóstolos. Em função disso, estes não lembram de que o serviço na Casa de Deus é algo nobre, seja o de pregar, louvar, arrumar as cadeiras ou limpar o chão, tudo isso é para a glória do Senhor Jesus! Afinal, uma tribo específica no Antigo Testamento fora escolhida pelo próprio Deus para executar estas tarefas na Casa do Senhor, os Levitas! Ou seja, era de fato algo honroso! Porque limpar o chão da igreja pode ser tido como algo desonroso para alguns? A resposta é simples: porque nunca foram servos! Porque sempre foram servidos, e não sabem o que é servir! E mais, porque a vaidade em seus corações não permite que exerçam a verdadeira diakonia (serviço) na Casa do Senhor.

Enfim, o pastoreio é algo muito sério! E como bem dito nos versículos acima, os que o exercem serão cobrados por Deus, afinal, estão a tratar das ovelhas de Jesus. O pastoreio deve ser encarado como algo nobre diante de Deus; como algo sério; como algo que deve ser vivido com afinco e temor diante de Deus, de maneira que os bandidos travestidos de pastores possam ser anulados pelo bom testemunho dos verdadeiros filhos de Deus chamados para tão nobre missão!

“Assim diz o Senhor, meu Deus: Apascenta as ovelhas destinadas para a matança. Aqueles que as compram matam-nas e não são punidos; os que as vendem dizem: Louvado Seja o Senhor, porque me tornei rico; e os seus pastores não se compadecem delas. Zacarias 11:4,5

Abraços,

Hélio Roberto.


P.S.: Pastores Sérgio, Wesley, Elvemar, Carlos e André, agradeço a Deus por não serem assim, e por levarem muito a sério a missão de cuidar das ovelhas de Cristo! Muito obrigado!

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