quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Deus existe? Parte 7 – Argumento da Contingência


Queridos amigos, dando continuidade à nossa série de argumentos (baseados na razão) sobre a existência de Deus. Hoje, apresentaremos o sétimo argumento. Lembre-se o que disse John Stott: “Crer é também pensar”. Deus lhe deu uma mente e inteligência! Use-a e cresça! Não use sua inteligência para contrapor Deus, você nunca conseguirá isso, mas a use para se aproximar de Deus.

Parte 7 – Argumento da Contingência

A fórmula básica desse argumento é simples.

1.      Se algo existe, tem de existir também aquilo que foi necessário para que esse algo surgisse.
2.      O universo – o grupo de seres no espaço e no tempo – existe.
3.      Portanto, tem de existir o que foi necessário para trazer o universo à existência.
4.      O que foi necessário para que o universo existisse não pode estar dentro do universo nem limitado por espaço e tempo.
5.      Portanto, o que foi necessário para que o universo viesse à existência tem de transcender tanto o espaço como o tempo.

Se alguém negasse a primeira premissa, insistindo que X não necessita que sua causa geradora exista, lembraríamos que algo foi necessário para trazer X à existência, logo há uma condição ou várias condições imediatas para a existência de X. Então, é correto afirmar que X existe apenas se Y existir; que, sem Y, não pode haver X.

A negação da primeira premissa é baseada no seguinte raciocínio errôneo e contraditório: X existe. X só pode existir se Y existir, mas Y não existe. Essa afirmação é absurda! É indispensável que subsista o que foi necessário para trazer o universo à existência.

Mas o que foi necessário para que isso acontecesse? Dissemos que o universo é o grupo de seres no espaço e no tempo. Consideremos um ser semelhante a esse: nós mesmos. Existimos e somos, pelo menos em parte, materiais. Isso significa que somos finitos, limitados e passíveis de mudança, porque a matéria está sujeita à mudança e à limitação. Pelo fato de sermos limitados e estarmos em transformação, sabemos que, neste exato momento, somos dependentes de seres [e fatores] externos a nós para termos nossa existência.

Não nos referimos aos nossos pais ou avós. Eles podem não estar mais vivos, mas nós existimos agora mesmo. Neste instante, dependemos de muitas coisas para que possamos existir – por exemplo, do ar que respiramos. Ser dependente dessa maneira é ser contingente. Existimos apenas se algo mais existir agora mesmo. Entretanto, nem tudo pode ser assim porque, do contrário, tudo precisaria receber existência, mas não haveria nada capaz de fornecê-la. Não haveria aquilo que é necessário para que qualquer coisa existisse. Portanto, tem de haver algo que não exista condicionalmente; algo que não exista apenas se algo mais também existir; algo que exista por si mesmo. O que é necessário para esse algo existir tem de estar nesse próprio Ser.

Diferente de uma realidade material mutável, não há distância, por assim dizer, entre o que esse Ser é e o fato de que ele existe. Obviamente, o grupo de seres mutáveis no espaço e no tempo não poderia ser esse tipo de ser. Portanto, o que é necessário para que o universo exista não pode ser idêntico ao próprio universo ou a alguma parte dele.

Questão:
Mas por que deveríamos chamar essa Causa de Deus? Talvez exista algo desconhecido que dê base para o universo mutável no qual vivemos.

Resposta:
Esse “algo desconhecido’ é Deus. O que nós humanos conhecemos diretamente, pelos nossos sentidos, é o mundo mutável em que habitamos. Também sabemos que é necessário existir algo para que o universo exista. Portanto, sabemos que esse universo mutável (o todo ou qualquer parte dele) não pode ter em si próprio o que é necessário para promover sua existência. A despeito disso, não temos um conhecimento direto sobre a Causa das coisas mutáveis. Sabemos apenas que é necessário existir uma Causa e que essa Causa não pode ser finita nem material – que ela tem de transcender tais limitações. Logo, o que essa causa derradeira é em si própria permanece, até então, um mistério.

Podemos investigar a Causa usando a razão, mas há muito mais que Deus tornou conhecido a respeito de si pela revelação. Entretanto, as evidências investigadas também contribuíram para o conhecimento real de que o universo foi criado e que é mantido por uma Causa que não possui os limites da matéria e do tempo, que transcende o tipo de existência que nós humanos conhecemos diretamente. E esse conhecimento certamente é digno de ser obtido.

Podemos chegar à conclusão de que a morte de alguém foi por assassinato, e não por acidente, sem saber exatamente que a cometeu e por quê. Isso pode deixar-nos frustrados e insatisfeitos, mas pelo menos sabemos que linha de investigação seguir; e sabemos que alguém cometeu o ato. O mesmo acontece com as evidências que nos permitem saber que, a cada momento, a existência do universo é um ato criativo de um Doador que transcende todos os limites materiais e espirituais.

Essas evidências não nos dizem muito a respeito de quem é esse Doador; entretanto, apontam numa direção bastante definida. Sabemos que o Doador da existência não pode ser material. Sabemos que é uma Pessoa e tem inteligência, vontade de espírito. Sabemos que a Causa das coisas a transcende e não pode ser menor do que elas; ao contrário, tem de ser infinitamente maior do que as mesmas. O quanto e de que maneira não sabemos. Até certo ponto esse Doador permanece desconhecido à razão humana. E não deveríamos esperar que fosse diferente [uma vez que somos limitados, e Ele ilimitado, infinito]. Contudo, a razão pode pelo menos cooperar para que saibamos que Alguém realizou o ato. E isso é de grande valor.

Fonte: Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli.

Deus é maravilhosamente grande e extraordinário, o qual revelou seu incomensurável amor por meio de seu filho amado Jesus Cristo. Coloque sua mente cativa a Ele, e Ele te mostrará Suas maravilhas!
Tenha um excelente 2016, cheio de graça e mais presença e submissão a Deus!

Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” João 8:58

Abraços,


Hélio Roberto.

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