terça-feira, 23 de maio de 2017

Satanás não se opõe à boa moral


Satanás é contra o nome de Jesus!


Recentemente, assisti um filme1 extraordinário em que um professor de uma universidade teológica decidiu escrever um livro no qual ele defendia que seria perfeitamente válido ensinar os mandamentos de Jesus, sem dizer que o autor desses ensinos é Cristo, até que outro professor discorda e se opõe à tese levantada pelo seu colega.
Infelizmente, essa tem sido a postura de muitos no meio Cristão. No cerne da questão estaria a premissa de que a sociedade cresceria moralmente se aqueles que não aceitam Jesus ao menos aceitassem os seus ensinamentos. O álibi de que atribuir a Jesus determinados ensinos pode gerar resistência por parte dos ouvintes, já que estes não querem saber de Jesus, e que a melhor alternativa seria passar os ensinamentos de Cristo, mas sem citar o Autor, trata-se de um tremendo erro!
Veja, Satanás não está nem um pouco preocupado com a boa moral, mas sim com o nome de Jesus, ou seja, Satanás se opõe ao nome de Jesus. Quando dizemos a uma criança que é errado mentir, mas não a dizemos que é errado mentir porque Jesus assim o disse, então a mentira passa a ser relativizada, já que carece de uma autoridade por detrás. O que quero dizer é que, sem citar a autoridade de Cristo, enquanto mentir é uma conduta imoral para determinada pessoa, é moral para outra, ou seja, a moralidade passa a ser uma questão de opinião, e opinião cada um tem a sua!
Quando a boa moral se aparta da autoridade de Cristo, as pessoas passam a achar que fazer coisas boas e corretas é suficiente para que se aproximem de Deus, e isso é um terrível engano! Quantas vezes ouvimos pessoas que não se renderam a Cristo dizer: “Mas eu sou uma boa pessoa”, ou “Eu nunca matei ninguém”, ou mesmo “Eu ajudo os necessitados, por que Deus não me salvaria?”. A partir desse tipo de raciocínio falacioso, os incautos acham que o simples exercício da boa moral, sem Jesus, lhes é suficiente para salvação. Eis, então, o motivo pelo qual Satanás tem trabalhado vorazmente para que o nome de Jesus seja apartado de seus ensinos!
Certa feita, Dostoievski disse que “se Deus não existe, então tudo é permitido”. Se a nossa moralidade não estiver fundada em Cristo, ela não serve de absolutamente nada! Se nossas condutas morais não estiverem fundadas em Jesus, certamente elas perecerão com o tempo e não mais direcionarão nosso agir.
Lembre-se de como era o cinema americano na década de 1920. Nesse período, havia um comitê de análise do conteúdo dos filmes, antes de suas publicações: Motion Picture Association of America (MPAA). Em seguida, decidiu-se retirar o nome de Jesus dos cinemas, mas manter os seus ensinos. Qual foi o resultado disso? A moral ensinada por Cristo permaneceu por um período, mas logo foi relativizada, dado que, após um tempo, ninguém mais se lembrava qual a autoridade que estava por detrás de determinado preceito, preceito este que passou a ser uma questão de opinião individual. Essa foi a grande estratégia de Satanás: retirar o nome de Jesus das artes, das escolas e da Academia.
De forma semelhante ocorreu com as escolas. Proibiu-se que se falasse de Jesus nas salas de aula americanas, restando o humanismo e a moralidade relativizada, ainda que por um tempo tal moralidade estivesse de acordo com os ensinos de Cristo, o que não tardou a se perder.
Falar que roubar é errado porque Jesus assim o disse traz consigo a autoridade do Autor na assertiva proibitiva. Caso contrário, você pode vir e dizer a uma criança: “Roubar é pecado”, e ela vir a te responder: “Quem foi que disse?”
Vivemos em uma sociedade em que os valores estão totalmente invertidos/relativizados. Pais já não são mais respeitados pelos seus filhos; professores são chacoteados pelos alunos; policiais são afrontados em suas atividades; pessoas mais velhas são humilhadas a todo momento. E por que isso? Porque os preceitos de Jesus já não são ensinados com a autoridade do Autor, que é o próprio Cristo.
Não se engane, Satanás não se opõe à boa moral, mas sim ao nome de Jesus! Pessoas têm deixado de citar Jesus, como se citar o nosso Mestre fosse um demérito ou sinal de anti-intelectualismo, e esse tem sido a grande estratégia do diabo para tirar o nome de Jesus das artes, da escola, da família e das relações sociais.
Não tenha receio de dizer: “Jesus disse isso!” Nosso Senhor Jesus é a fonte de toda autoridade, e somente o nome Dele tem representatividade suficiente para evitar que seus ensinos sejam relativizados ou eliminados!
Moral sem Jesus não é moral, é opinião. A verdadeira moral só tem sentido se vier chancelada pelo nome de Jesus, pois somente assim ela não perecerá com o tempo. Por fim, lembre-se que os ensinos de nosso Mestre são fonte de vida, alegria, paz e felicidade!
Que Deus te abençoe grandemente, em nome de Jesus!
Grande Abraço,
Hélio Roberto.
Twitter: @heliorsousa

Referências:
  1. Filme: “A Jornada”.


Fonte: Artigo escrito para o site GospelPrime.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Qual será o meu galardão?


Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. 1 Co 3:11;14



Durante minha caminhada cristã, já ouvi diversas citações sobre a tão esperada recompensa, intitulada: Galardão. Não raramente, e até forma ávida, muitos irmãos alimentam suas fés sob a égide da esperança do recebimento do tão esperado e famigerado presente celestial! Mas o que vem a ser, de fato, esse tal de galardão?
É comum ouvirmos alguns irmãos bradarem de pulmões cheios que receberão maior galardão nos céus. Mas será que, de fato, haverá distinção quanto ao galardão (recompensa) de cada um? Eu creio veementemente que sim! A Palavra de Deus nos deixa claro que a medida de nossa recompensa (e aqui não falo de salvação, dado que a salvação se trata de um ato exclusivo de Deus) será proporcional às nossas ações aqui na Terra, veja: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Ap 22:12. Se cada um receberá sua recompensa na medida de suas obras, é porque haverá recompensas em medidas diferentes.
Como, ainda que de modo sucinto, conseguimos concluir que o galardão de cada um será na medida de suas obras, ou seja, distintos, passemos à análise do que vem a ser essa recompensa.
Pude ouvir, algumas vezes, irmãos sinceros dizendo que o galardão se trata de uma moradia melhor no céu, ou uma casa de ouro puro, ou até mesmo uma mansão nas regiões celestes. Sinceramente, tenho muitas dificuldades em entender de onde vêm essas assertivas. Enfim, dado que seremos seres com mentes renovadas e corpos glorificados, qual seria a finalidade de querer uma “casa maior” no céu? Vejo esse tipo de anseio eivado de preceitos desse mundo, ligados à vaidade e que pouco tem a ver com as maravilhas celestiais. Se nossa concepção de recompensa celestial se restringe a posses, estamos com uma visão bastante míope das verdades de Deus, para não dizer que estamos totalmente cegos!
Então, o que é, de fato, esse tal de galardão? Uma breve pergunta pode nos ajudar a responder esta questão: O que há de mais desejável no céu? Com toda certeza e sem medo de errar, a resposta é simples: O que há de mais desejável no céu é a Presença de Deus! Assim, na minha concepção, o galardão tão prometido nas Sagradas Escrituras é a Presença de Deus. Você pode vir a se perguntar: Então haverá pessoas mais próximas de Deus do que outras? Eu creio que sim, no sentido de que haverá pessoas mais íntimas de Deus do que outras.
Penso também que isso será algo naturalmente compreendido e aceito por todos. Ao considerarmos que teremos uma mente renovada e livre de qualquer pensamento pecaminoso – como a inveja e a cobiça – torna-se mais fácil compreender e aceitar que aquele irmão que foi mártir e não negou a fé será mais galardoado do que eu; e digo mais, ficaremos felizes por nosso irmão ser tão íntimo de Deus e reconheceremos a justa medida da Justiça recompensatória de Deus. Isso não quer dizer que todos nós salvos não seremos íntimos de Deus, dado que todos, em certa medida, teremos intimidade com Deus. Outrossim, penso que galardões maiores se tratam de mais intimidade com o Senhor, afinal, não há maior recompensa do que essa! Talvez nossos preceitos atualmente deturpados como consequência do pecado e da queda não permitam que alcancemos tão profunda e maravilhosa mudança de paradigmas.
Por fim, o objetivo desse artigo é alertá-lo quanto ao erro que há no desejo de ter no céu uma recompensa segundo os padrões dessa Terra (posses), bem como incentivá-lo a buscar o maior galardão possível, não por disputa, mas por amor à presença de Deus, e também motivá-lo quanto à alegria que haverá no dia em que entrarmos na cidade celestial e desfrutarmos da maravilhosa presença de Jesus, sendo esse o verdadeiro e mais desejável galardão de todo aquele que ama ao Senhor Jesus!
Que Deus te abençoe grandemente!
Hélio Roberto.
@heliorsousa

Fonte: Artigo escrito para o site GospelPrime.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A Bíblia e o Direito


Cosmovisão Cristã aplicada às Ciências jurídicas

Este artigo foi escrito à Associação Nacional dos Juristas Evangélicos – ANAJURE, em processo seletivo no qual se concorria a uma semana de aulas sobre liberdade religiosa e suas facetas na sociedade brasileira. Fico feliz em ter sido aprovado e aproveito para compartilhar este texto, de modo que sirva para edificação da Igreja e Glória do Senhor Jesus. Eis o artigo:
Trata-se de grave erro cometido pelos operadores do Direito desconsiderar as contribuições e inspirações que a Cosmovisão Cristã – considerando-se para tal toda a Escritura Sagrada: Antigo e Novo Testamentos – propiciaram ao Direito. Muitos dos valores atualmente internalizados pelo Direito têm sua origem nos ensinos da Bíblia.
Ao se traçar um breve relato comparativo entre as verdades teológicas e o Direito, verifica-se que as Sagradas Escrituras serviram como fonte inspiradora do Direito através dos séculos. Nesse prisma, pode-se verificar, por exemplo, a previsão da Lei de Deus quanto ao devido processo legal. Além disso, confere-se nas Sagradas Escrituras uma das primeiras distinções da História entre dolo e culpa.
Ao prever cidades de refúgio[1] para aqueles que cometeram um homicídio sem a intenção de matar, ou seja, sem animus necandi, o Direito Mosaico assegurava que o homicida fosse posto em uma cidade separada até que aguardasse um julgamento justo por quem de Direito, ou seja, por um juiz natural da época. Vê-se claramente que conceitos jurídicos tão largamente utilizados hodiernamente como dolo/culpa, devido processo legal e juiz natural têm sua origem há cerca de 3.600 anos, consoante previstos na Bíblia.
Ainda de forma comparativa, as diretrizes bíblicas já orientavam aos magistrados quanto à impessoalidade ao julgar, ao preconizarem que não deveria haver injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça deveria ocorrer o julgamento do próximo[2]. O próprio Cristo revolucionou os aspectos legais da época, ao derrogar a famigerada lei de talião, a qual previa a recompensa na mesma medida. Jesus assim disse:
Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.[3]
Vê-se nas palavras de Jesus a proibição da “justiça pelas próprias mãos”, ou seja, da autotutela. No Direito, a tutela Jurisdicional é monopolizada pelo conceito de Jurisdição, por meio da qual a aplicação da norma é atividade exclusiva do Estado.
Ademais, vencida a falácia de que os preceitos cristãos em nada podem contribuir para a sã normatização e aplicação do Direito, há que se tecer alguns comentários quanto à relação entre o Direito e a defesa da liberdade religiosa.
A liberdade religiosa tem sofrido grandes ataques, principalmente por ideologias pautadas em preceitos contrários ao Cristianismo.
É intrínseco ao ser humano o direito de se expressar e de crer. Um dos grandes iluministas da História da Humanidade, ateu diga-se de passagem, Voltaire, bradou com propriedade: “Posso até não concordar com nenhuma palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de falar.” Voltaire expunha, no séc. XVIII, o direito básico de pensar, expressar-se e até de crer.
O italiano Giovanni Pico Della Mirandola, em sua obra escrita no séc. XV: O Discurso sobre a Dignidade do Homem, defende que a dignidade do homem – tão em voga nos discursos jurídicos atuais – está relacionada a dois principais fatores, quais sejam: o Direito de filosofar, ou seja, de pensar, e o Direito de crer.
Outrossim, clarividente é que a liberdade religiosa se trata de uma conquista fundamental do homem, não podendo ser restringida, mitigada ou suplantada por aqueles que não concordam com a religião. Ademais, vê-se constantemente o discurso – como álibi de que o direito de liberdade religiosa não pode ser exercido em sua plenitude – de que a liberdade religiosa tem limites, como por exemplo, a proibição de que a religião interfira na ideologia do Estado. Ora, os defensores dessa falácia esquecem, ou fazem questão de olvidar, que o Estado é laico, mas as pessoas que o compõem não o são. Além disso, o conceito de separação entre Estado e Igreja é utilizado com sentido contrário ao seu real significado.
É que a primeira vez em que se usou a expressão “separação entre Estado e Igreja” foi na carta de Tomas Jefferson a uma Igreja Batista na cidade de Danbury, Estado do Connecticut, que dizia o seguinte:
Acreditando com vocês que a religião é uma questão que diz respeito exclusivamente ao homem e seu Deus, que ele deve prestar contas a ninguém mais por sua fé ou culto, que os poderes legislativos do governo estendem-se somente a ações e não a opiniões, contemplo a reverência soberana desse ato de todo o povo americano, que declarou que seu legislador ‘não fará nenhuma lei respeitante ao estabelecimento de religião ou à proibição de seu livre exercício’, construindo, assim, um muro de separação entre Igreja e Estado.”[4]
Desta feita, ao contrário do que se apregoa com o discurso “separação entre Igreja e Estado”, é que este não pode interferir no Direito de liberdade religiosa, tão caro às sociedades civilizadas.
Portanto, a cosmovisão cristã teve e continuará tendo influência sobre o Direito, dado que é impossível extrair a fé dos indivíduos, indivíduos estes que se relacionam socialmente, relação esta dirigida e supervisionada pelo Direito, o que, por conseguinte, conflui para necessidade de defesa da liberdade religiosa, valor de suma importância a todo ser humano.
Grande abraço,
Hélio Roberto.
Twitter: @heliorsousa

Referências:
1. Cidades de refúgio: Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando passardes o Jordão à terra de Canaã, fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por engano. E estas cidades vos serão por refúgio do vingador do sangue; para que o homicida não morra, até que seja apresentado à congregação para julgamento. (…) Serão por refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que matar a alguém por engano. Nm 35:9-15
2. Levítico 19:15.
3. Mateus 5:38-41
4. GEISLER, Norman; MEISTER, Chad. Razões para Crer. Rio de Janeiro: CPAD. 2013. p. 133.
Fonte: Artigo escrito e publicado no site GospelPrime.