domingo, 24 de fevereiro de 2013

Deus existe? Parte 2 - Argumento da Causalidade Eficiente


Queridos amigos, dando continuidade à nossa série de argumentos (baseados na razão) sobre a existência de Deus. Hoje, apresentaremos o segundo argumento. Lembre-se o que disse John Stott: “Crer é também pensar”.

Parte 2 – Argumento da Causalidade Eficiente

Podemos notar que algumas coisas causam outras coisas (fazem com que elas tenham início, continuem a existir, ou ambos os efeitos). Um homem tocando piano, por exemplo, está “causando” a música que ouvimos. Se ele parar, o mesmo acontece com a melodia.

Agora faça a si mesmo a seguinte pergunta: Todas as coisas que existem neste exato momento estão sendo causadas à existência? Suponhamos que sim. Suponhamos que não exista um ser não-causado, nenhum Deus. Então, nada poderia existir agora mesmo. Lembremos de que todas as coisas precisam de uma causa presente fora de si mesmas para que possam existir. Portanto, agora mesmo, todas as coisas, incluindo todas aquelas que estão causando outras coisas, precisam de uma causa. Elas podem gerar algo apenas se estiverem sendo trazidas à existência. Tudo que existe, portanto, tem necessidade de ser causado à existência. Mas causado pelo quê?

Afirmar que Deus não existe é equivalente a dizer que toda a realidade seria dependente do nada. Essa afirmação é absurda! A hipótese de que todos os seres são caudados, mas que não há um Ser não-causado, é ridícula. Portanto, tem de haver algo não causado, algo do qual todas as coisas que precisam de causa eficiente para existirem sejam dependentes.

A existência é como um presente dado pela causa ao efeito. Se não há ninguém que possua o presente, este não pode ser passado adiante na cadeia de receptores, não importando o quanto esta seja curta. Se todas as pessoas precisarem tomar emprestado determinado livro, mas ninguém realmente tiver a obra, então nenhuma delas nunca irá consegui-la. Se não existisse um Deus que possui auto-existência e cuja natureza é eterna, então o dom da existência não poderia ser passado adiante às criaturas, e nós nunca poderíamos recebê-lo. Entretanto, nós existimos. Portanto, tem de existir um Deus, um Ser não-causado, que não precisa receber a existência como nós ou como qualquer outro elo da cadeia de receptores.

Primeira pergunta:

Por que necessitamos de uma Causa não-causada? Por que não pode haver simplesmente uma série infinita de coisas, que mutuamente mantêm umas às outras em existência?

Resposta:
Essa é uma hipótese bastante atraente. Pensemos em um indivíduo bêbado. Ele provavelmente não conseguirá manter-se de pé sozinho. Entretanto, um grupo de bêbados, todos eles sustentando-se uns aos outros, poderá manter-se de pé. Eles podem até mesmo conseguir caminhar pela rua. Notemos, porém, que por haver tantos bêbados e um chão firme debaixo dos pés deles podemos compreender que o andar cambaleante de cada um pode cancelar o dos demais, e o grupo pode permanecer (relativamente) ereto. Mas não poderíamos compreender como os bêbados permaneceriam de pé se o chão abaixo deles não os sustentasse, se estivessem suspensos vários metros acima do chão, e se não houvesse realmente vários deles, para apoiarem-se.

Isso nos leva de volta ao argumento. As coisas precisam existir de modo a serem mutuamente dependentes. Elas não podem depender umas das outras para sua existência total, porque assim teriam de ser, simultaneamente, a causa e o efeito umas das outras. Um raciocínio do tipo: “A” causa “B”, “B” causa “C”, e “C” causa “A” é absurdo! Tenta provar porque o mundo de causas causadas pode ser trazido à existência ou estar presente, sob o pressuposto de que uma coisa pode existir apenas porque algo mais está gerando sua existência. Se fosse assim, então teria de haver algo que não esteja recebendo existência de nada. Caso contrário, tudo o que existe necessitaria, ao mesmo tempo, ser trazido à existência, mas nada (acrescido a esse tudo) poderia existir para produzir tal existência, isso significaria que o nada realmente existe.

Agora deixarei uma pergunta para os leitores do blog pensarem e responderem:

Por que não poderia haver uma série infinita de causas causadas remontando ao passado? Então, tudo existiria, embora suas causas não estivessem mais presentes.

As respostas devem ser enviadas ao e-mail blogpensamentododia@gmail.com

A melhor resposta ganhará um livro de presente! Pense e descubra o quanto sua razão pode ser aliada da sua fé!
Fonte: Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João 1:3”.

Grande abraço,

Hélio Roberto.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Deus existe? Parte 1 - Argumento da Mudança




Queridos amigos, veio em meu coração a vontade de iniciar uma série de mensagens sobre a existência de Deus (serão 20 mensagens com 20 argumentos específicos). Alguém pode perguntar: para que tais mensagens? E eu digo: para que possamos defender a nossa fé! São mensagens apologéticas1 que visam à argumentação racional sobre a existência de Deus.

A fé, na verdade, é racional! Caso contrário não é fé, mas sim fideísmo2. Paulo nos ensinou que devemos oferecer a Deus um culto racional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Romanos 12:1”.

Espero que não só ateus leiam essas mensagens, mas sim cristãos, de modo que possam ter argumentos para defender a sua fé! Lembre-se do que disse John Stott: “Crer é também pensar”.

Parte 1 – Argumento da mudança

O mundo material que experimentamos à nossa volta está em constante mudança. Podemos conhecer uma mulher que chegou à estatura de 1.75m, mas ela nem sempre foi desse tamanho. O grande carvalho que vemos na floresta cresceu a partir de uma pequena semente. Quando algo chega a um determinado estado, este estado não pode produzir a sua própria existência. Isso porque, até que algo venha a existir, não pode ser considerado como tal; e se ainda não existe, não pode causar nada.

Quanto ao ser que sofre a mudança, embora tenha a capacidade de ser aquilo que se tornará um dia, isso ainda não aconteceu, ou seja, ele ainda não se tornou o que virá a ser. Então, na verdade, ele existe agora no estado em que se encontra (como, por exemplo, uma semente de carvalho), e irá existir naquele estado futuro (como uma grande árvore formada); contudo, ainda não se encontra nesse último estado, possui apenas o potencial para alcançá-lo.

Agora vamos apresentar uma questão: para explicar essa mudança, será que podemos considerar apenas a própria coisa que sofre mudança ou outras coisas também estão envolvidas? Obviamente, outras coisas também estão envolvidas! Nada pode dar a si próprio aquilo que não possui, e o objeto que sofre mudança não pode ter agora mesmo aquilo que possuirá apenas no futuro. O resultado da mudança não pode existir realmente antes que a mudança ocorra. O objeto que sofre mudança começa apenas com o potencial para mudar, mas precisa receber a atuação de outras coisas fora de si para que esse potencial se torne realidade. Do contrário, ele nunca poderá mudar.

Nada pode mudar a si próprio. Objetos que aparentemente têm movimento próprio, como corpos vivos, são movidos pelo desejo e pela vontade – algo diferente de meras moléculas. E quando o animal ou o ser humano morre, as moléculas permanecem, mas o corpo não mais se move, porque o desejo ou a vontade (a alma) não está mais presente para produzir o movimento.

Agora, vejamos outra questão. As outras coisas fora do objeto que sofre mudança também mudam? E os objetos que fazem estas coisas se moverem também estão se movendo? Se isso for verdade, todos esses elementos permanecem, a cada instante, com a necessidade de receber uma atuação de outras coisas, caso contrário não poderão mudar. Não importam quantos itens existam nessa série, cada um deles precisa de algo fora de si para tornar realidade seu potencial de mudança.

O universo é a soma total de todos esses objetos móveis, independente de quantos sejam. O universo como um todo está em processo de mudança. Entretanto, já percebemos que essa mudança em qualquer ser exige uma força externa para torná-la real. Portanto, existe alguma força de lado de fora (que se acrescenta) ao universo, algum Ser real que transcende o universo. Essa é uma das coisas que consideramos quando pensamos em Deus.

Em poucas palavras, se não há nada fora do universo material, então não existe nada que possa causar mudança no universo. Entretanto, este está sofrendo mudança. Portanto, tem de haver algo além do universo material, que é a soma total de toda matéria, do espaço e do tempo. Essas três grandezas dependem umas das outras. Portanto, o tal Ser externo ao universo está fora da matéria, do espaço e do tempo. Ele não sofre mudança. Ele é a Fonte imutável da mudança. Ele é Deus. Fonte: Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli.

Porque eu, o Senhor, não mudo. Malaquias 3:6a”.

Grande abraço,

Hélio Roberto.

Vocabulário:
1.      Apologética: Parte da Teologia que ensina a defender a religião contra os seus detratores.
2.      Fideísmo: Sistema filosófico que, julgando a razão incapaz de chegar aos primitivos princípios, faz depender o seu conhecimento único da fé.

P.S.: Colocarei algumas questões polêmicas para debate. Quem enviar a melhor resposta ganhará um livro de presente.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Igreja Católica em Crise




Todo o mundo ficou surpreso com a notícia de que o Papa Bento XVI, líder da Igreja Católica Apostólica Romana, iria renunciar ao cargo papal.

Em meio às especulações no tocante a quais motivos verdadeiramente levaram à renuncia do papa, algo me chamou atenção: como fica o dogma da Infalibilidade papal?

O dogma da infalibilidade papal foi instituído pelo Concílio Vaticano I, chancelado pelo Papa Pio IX, em 18 de julho de 1870, com a seguinte redação:

"O Romano Pontífice, quando fala "ex cathedra", isto é, quando no exercício de seu ofício de pastor e mestre de todos os cristãos, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, define uma doutrina de fé ou costumes que deve ser sustentada por toda a Igreja, possui, pela assistência divina que lhe foi prometida no bem-aventurado Pedro, aquela infalibilidade da qual o divino Redentor quis que gozasse a sua Igreja na definição da doutrina de fé e costumes. Por isto, ditas definições do Romano Pontífice são em si mesmas, e não pelo consentimento da Igreja, irreformáveis.

Mas o que quer dizer esse dogma? 

Meus amigos, é bem simples de se explicar e de se entender: mesmo que o Papa diga algo que contrarie a Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – a Igreja Católica tem que seguir o que o Papa disser, ou seja, a palavra do Papa é superior à Palavra de Deus, divinamente inspirada e transcrita na Bíblia Sagrada; é isso que significa esse dogma.

A Igreja Católica afirma que Pedro foi o primeiro papa. Ora, Pedro como primeiro papa foi repreensível, pois em Gálatas 2:11 Paulo repreende a Pedro por sua conduta. Pedro estava com condutas contraditórias; quando estava com os gentios, agia tranquilamente, mas quando chegavam os judeus, Pedro rapidamente se afastava dos gentios temendo aos judeus; quando então Paulo repreende a Pedro por esta dúbia conduta: “Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era repreensível. Gálatas 2:11”. Ora, se Pedro foi o primeiro papa, e o papa é irrepreensível, há algo errado, pois Pedro era repreensível!

Mas então onde fica o dogma da infalibilidade papal com a renúncia do papa? Meus caros, como poderia alguém infalível abrir mão de suas obrigações? Como poderia alguém infalível recusar a condução da Igreja na qual é líder? PENSE VOCÊ! Deus te deu uma inteligência para questionar, criticar, analisar e decidir!

Muitos dizem que o verdadeiro motivo da renúncia de Bento XVI é a questão da transparência no Vaticano, ou seja, a cúpula do Vaticano tem resistido fervorosamente pela divulgação de documentos papais! Ora meu amigos, Deus não se agrada de nada escondido! De nada secreto! As coisas de Deus não são assim! A Palavra de Deus diz que Ele não deixará nada oculto: Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Lucas 12:2”.

Pra finalizar, vou deixar um versículo para reflexão:
“Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 João 1:10”.

Só existe um Infalível, e o nome dele é Jesus Cristo de Nazaré! Esse sim não falha! Sendo Deus deu a vida por nós! Agora em quem você confia? A quem você seguirá? Seguirá o que Jesus disse? Ou o que o papa diz? Quem você considerará infalível? É uma questão de decisão! Decida você!

Peço a Deus que você tenha a sua visão espiritual desobistruída e possa ser alcançado pelo Evangelho genuíno, aquele que sai exclusivamente da boca de Deus, através da Sua Palavra!

Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 2 Coríntios 4:4”.

Grande abraço a todos e que Deus os abençoe poderosamente,

Hélio Roberto.