segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O Coração Paterno de Deus – Parte 1



“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” Jo 17:20,21


É comum ouvirmos ministrações sobre a Pessoa do Filho (Jesus Cristo) em nossas Igrejas. Não tão comum é ouvirmos mensagens que revelam a natureza da pessoa do Espírito Santo. Mais raras ainda são as mensagens que manifestam qual deve ser o nosso relacionamento com o Pai. Isso acaba por gerar uma série de consequências sobre a membresia da Igreja. É que, não obstante todo aquele que confesse o Senhor Jesus como Salvador seja salvo, há, ainda, questões que afligem a alma do povo de Deus que precisam ser definitivamente curadas.

 Eu, particularmente (e eu só consegui perceber isso há pouco tempo) via muito a Deus como Senhor e pouco como Pai. É que, como tenho aprendido recentemente, toda criança cresce a partir de um modelo de imitação. Quantos filhos falam exatamente como os pais; desejam ter a mesma profissão do pai, afinal, o pai é o verdadeiro super-herói na vida dos filhos, ou ao menos deveria ser. No meu caso, não tive esse modelo. Meu pai saiu de casa quando eu tinha apenas 1 ano e meio. Minha mãe me contou posteriormente que quando ele foi embora, eu tive febre e cheguei a dormir abraçado com o chinelo dele (eu não me lembro desses fatos, dado a tenra idade).

Em função disso, pela ausência do modelo paterno na formação de minha identidade, depois de me converter não conseguia entender a profundidade da paternidade de Deus, conquanto repetisse que Deus é Pai. Pude perceber isso ao observar minhas orações, nas quais a palavra “Senhor” era bem frequente, enquanto o termo “Pai” era raríssimo!

Essa falta de referência paterna me resultou diversos problemas emocionais. Desde ansiedade a alguns medos e inseguranças estavam ligados à figura paterna, ou melhor, à sua ausência. Registro, porém, que minha mãe foi e é uma verdadeira gigante! Dentro de suas limitações, deu o seu melhor para criar seus 3 filhos. Como tive que “me virar sozinho” boa parte de minha vida, apeguei-me ao conhecimento como sinal de força e fundei minhas estruturas nessa característica. Isso fez de mim uma pessoa um tanto quanto arrogante, que odiava perder um debate e, por vezes, acabava por ser implacável e pouco tolerante com as pessoas. Por outro lado, esse “conhecimento” passou a agir contra mim mesmo, já que o meu excesso de questionamentos sobre meu estado de alma acabava por me colocar em uma espiral de pensamentos que em muito me angustiavam e confundiam. Pude entender, na própria pele, o que Salomão quis dizer quando escreveu: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” Pv 3:5

Embora eu já fosse salvo em Cristo Jesus, havia uma lacuna em minha alma, ligada diretamente à formação da minha identidade, que precisa ser tratada por Deus. Foi a partir desse cenário que o Senhor pegou em minha mão e me conduziu ao deserto da cura.

Quero deixar claro que Deus trata cada filho de forma individual e personalíssima, ou seja, o processo de cura de cada um é único, embora os princípios sejam os mesmos. Deus nos trata na medida certa do que precisamos ser tratados.

O primeiro passo pelo qual tive que passar foi o perdão. Antes de conhecer Jesus eu simplesmente não conseguia perdoar o meu pai. Após entender que mesmo sendo indesculpável diante de Deus pelos meus pecados Ele me havia perdoado, pude compreender a beleza do amor do Pai celestial e, então, compartilhar desse mesmo amor perdoador com meu pai terreno. Esse foi o 1º e importantíssimo passo para a restauração de minha alma. Hoje tenho um excelente relacionamento com o meu pai, e o amo com todo o meu coração!

Todavia, havia muitos pontos de minha identidade que tinham ficado doentes pela ausência paterna e que precisavam ser restaurados. Conquanto o relacionamento com o meu pai tenha sido reatado, eu não podia voltar no tempo de minha infância e inseri-lo lá, já que lá ele não estava. Assim, embora o perdão fosse indispensável, ele era apenas o 1º passo no processo de cura de minha alma.

Nesse bojo, o mais difícil para mim foi entregar o processo completamente nas mãos do Pai. Veja, como disse acima, minha grande “arma” sempre foi o conhecimento. O conhecimento te dá certo “controle” sobre algumas coisas, e esse pseudo controle supria, ou tentava suprir, em minha alma a falta da segurança advinda da figura paterna. Tive que me render, literalmente, diante do Pai e dizê-lo: “Entrego o controle em suas mãos! Conduza-me pelo processo que preciso passar, ainda que seja um vale, pois confio inteiramente que o Senhor é o meu Pai e me fará enxergar e viver o que preciso para ser completamente restaurado!”

Irmãos, como isso foi difícil para mim! Não que eu não confiasse em Deus, mas entregar o controle me trazia uma sensação de vulnerabilidade, e era justamente isso que o Pai queria tratar em minha alma, ou seja, que eu não precisava temer, afinal, o controle estava nas mãos Dele!

Nesse processo, o Pai tem me levado a conhecer as maravilhas de Seu coração!

Nos próximos artigos, continuarei compartilhando como a figura de Deus Pai pode suprir lacunas na alma geradas pela figura do pai paterno, trazendo alegria, felicidade, cura, e aquilo que mais buscamos: paz!

Não perca! Até o próximo artigo...

Hélio Roberto.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Religiosidade Homicida


Quando a religiosidade cega e mata!

Vivemos em um tempo em que a Palavra de Deus está acessível como nunca na História da humanidade. Bíblias disponíveis de forma gratuita por meio de diversas plataformas digitais e, quando impressas, adquiríveis a baixíssimos custos.

Por outro lado, parece que o entendimento da essência da mensagem de Cristo tem ficado, a cada dia, mais obscuro aos olhos de muitos. Semelhante ao tempo de Jesus, em que havia todo o Antigo Testamento disponível aos estudiosos das Sagradas Escrituras, no tempo presente dispomos, em aditamento, do Novo Testamento que traz luz aos escritos do Antigo Testamento. Ora, não deveria estar mais fácil o entendimento da Palavra em sua essência?

Parece-me que, não obstante tudo isso, a religiosidade desenfreada tem dado azo ao obscurantismo na mente de muitos quanto ao verdadeiro cerne da mensagem de Cristo, e é justamente na “Palavra de Deus” que se fundamenta toda religiosidade que afasta de nossos olhos a verdade de nosso Senhor.

Certa feita, Jesus curou dentro da sinagoga, num sábado, um homem que tinha uma das mãos ressequida. Foi-lhe, então, perquirido pelos fariseus presentes se era lícito curar no sábado (Mt 12:9-14). Veja que estes fariseus esqueceram, há muito, a essência do amor de Deus e se apegavam à sua própria religiosidade para atacar o Filho de Deus, tentando evitar que o milagre chegasse à vida daquele que tanto sofria com aquela enfermidade.

Jesus perguntou aos seus interpeladores se algum deles deixaria uma ovelha em uma cova, se esta lá caísse em um dia de sábado e, ato contínuo, complementa dizendo que muito mais vale um homem do que uma ovelha. Jesus, em seu maravilhoso amor, traz ao bojo daquele diálogo a essência da Palavra de Deus que dizia: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Lv 19:18b

Logo após o homem ser curado, os fariseus se retiraram com o intuito de tramarem o assassinato de Jesus.

Gostaria de me ater um pouco mais nesse ponto, fazendo as devidas aplicações ao tempo presente. Veja, a religiosidade desses homens endureceu seus corações a tal ponto de o amor simplesmente não mais existir. Além disso, ao serem apresentados à verdadeira essência da mensagem de Deus, a religiosidade estava tão voraz que conspiravam em como matariam o Filho de Deus.

Trazendo esta questão aos dias de hoje, muitos irmãos vivem uma religiosidade de tal forma que, além de simplesmente não mais viverem o amor de Deus, acabam por “matar” a muitos dos que lhe cercam. Impõem peso sobremodo sobre a vida dos outros que o fardo passa a ser tão pesado que chegam a sucumbir.

A religiosidade é uma venda que cega os olhos espirituais sob a égide de um falso puritanismo, mas que, na verdade, não tem nada de divina. Dá mau testemunho de Cristo, massacra os oprimidos, não estende a mão aos caídos e, por fim, mata os fracos na fé. A religiosidade é uma assassina contumaz que clona fariseus aos dias presentes de modo que a luz do evangelho não resplandeça na vida de muitos.

Precisamos, desta feita, entender a verdadeira mensagem de Jesus; mensagem esta que resgata, ama, cura, socorre, transforma, alimenta, consola, protege e, sobretudo, salva! Somos sal da Terra e não sal de terra.

Que Deus nos abençoe grandemente, e que possamos olhar para as pessoas com os olhos de nosso Senhor Jesus, livres da religiosidade que mata!

Graça e Paz!

Hélio Roberto.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Onde foi que nos perdemos?


"Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele". 1 Co 12:25,26


Ao observar a situação de algumas Igrejas, pus-me a refletir sobre onde foi que nos perdemos. Estamos inseridos em um sistema religioso que, não raramente, simplesmente ignora o que diz a Palavra de Deus. Sou um entusiasta da Igreja, mas isso não significa que não devamos corrigir o que está errado, e olha que os exemplos não são poucos.

Quero me ater, neste breve artigo, ao completo descaso da Igreja (falo em sentido amplo) à situação de calamidade que muitos de seus membros vivem. O que mais me deixa preocupado é que a origem disso tudo está no coração, ou seja, é a falta de amor e de priorização do ser humano em função do acúmulo de riquezas que faz, em muitos casos, que a Igreja (liderança e membresia) simplesmente ignore a necessidade dos irmãos.

Que evangelho é esse que simplesmente faz de conta que o irmão ao lado não está passando por terríveis necessidades? Que evangelho é esse que traz padrões desse mundo para auferir qual irmão deve ser ajudado e qual não deve? Que evangelho é esse em que as contas bancárias das Igrejas estão cada dia mais cheias e barriga de seus membros cada dia mais vazias? Que evangelho é esse em que o dinheiro se transformou num deus para muitos líderes? São perguntas que eu tenho me feito...

As Escrituras Sagradas dizem que na Igreja Primitiva (modelo deixado por Jesus) todos distribuíam suas riquezas aos Apóstolos e não faltava nada a ninguém. Veja: “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.” At 4:34, 35

O modelo da Igreja primitiva era o de entregar aos líderes doações e valores de modo que aqueles que padeciam necessidades pudessem ser supridos com responsabilidade pela liderança levantada por Deus. Hoje, continua-se depositando bens e valores aos pés das lideranças, mas, infelizmente, tem-se distribuído pouco dentre os membros que sofrem necessidades básicas.

O foco, hodiernamente, passou a ser templos e quantidade de membros, infelizmente! Todavia, de que adiante uma Igreja com 2.000 membros, se os 100 que lá estavam já não eram supridos em suas necessidades? Creio que o Senhor Jesus ficaria muito mais feliz com o cuidado dos 100, do que com 2.000 que não veem o amor da Igreja em suas necessidades.

A Palavra de Deus deixa claro que desagrada ao Senhor aquele que possui bens e, vendo seu irmão necessitado, nada faz. Esse texto é claríssimo: Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. 1 Jo 3:17,18.

Esse texto deixa transparente que o amor de Deus não está no coração daqueles que tendo posses não ajudam seu irmão necessitado, e eu penso que essa também é uma obrigação da Igreja (como centralizadora dos recursos). É que, segundo apregoa a Palavra de Deus, não é o seu tempo de crente, ou a altura do seu aleluia, ou os dons que você exerce, tampouco a quantidade de membros de sua Igreja, ou mesmo quantas vezes você leu a Bíblia que evidencia o amor de Deus em você, mas sim o amor e cuidado pelo pequenino, evidenciado pelo compartilhar aquilo que Deus nos deu (porque foi Ele quem deu) com os mais necessitados, às vezes despercebidos, sentados no banco ao lado em nossas Igrejas.

Há sempre a justificativa de que a situação que o irmão está passando é responsabilidade dele, e não da Igreja. Talvez seja verdade, mas com toda certeza isso em nada exime a obrigação, diante de Deus, que a Igreja tem de suprir as necessidades dos seus membros. São tantas as obrigações administrativas e financeiras que já não se prioriza mais o cuidado aos irmãos. Sem nenhuma hipocrisia (é muito bom ter Igrejas com estruturas confortáveis), mas será que não agradaria muito mais ao Senhor Jesus destinar o dinheiro da Igreja aos membros necessitados, ainda que para tal fosse necessário congregar debaixo de uma tenda ou até mesmo reduzir os gastos com a estrutura da Igreja (reduzir aluguéis, quantidade de funcionários, ir para um local menor, mais barato ou em um bairro mais acessível) de modo que sobrasse recursos para suprir os irmãos necessitados? Penso veemente que Jesus está muito mais interessado nas pessoas (seus filhos, sua verdadeira Igreja) do que com estruturas. Infelizmente, muitos não conseguem ver isso!

Respondendo à pergunta que levou o título desse artigo: Onde foi que nos perdemos?

Nós nos perdemos quando nosso coração deixou de amar e passou a buscar seus próprios interesses, sejam eles quais forem. Nos perdemos quando a cifra bancária passou a ser mais importante que o irmão ao lado, com barriga vazia e ameaçado de despejo ou doente precisando de recursos para o tratamento. Nos perdemos quando a quantidade de membros passou a ser o objetivo-mor de nossas Igrejas, e não o cuidado dos que lá estão. Nos perdemos quando passamos a ler a Bíblia de forma seletiva, vivendo apenas o que nos agrada. Nos perdemos em meio a motivações mundanas que inundam nossos corações, cegam nossos olhos e enegrecem nossas almas, de modo que a dor de nossos irmãos já não nos afeta mais.

Que nosso Senhor Jesus nos ressuscite e traga o Seu amor para dentro de nós, de maneira que a dor de nossos irmãos seja a nossa dor, e a alegria de nossos irmãos seja a nossa alegria!

Graça e Paz!

Hélio Roberto.

Fonte: Artigo escrito para o site GospelPrime.

sábado, 2 de junho de 2018

O Dom da Liberdade para um Cristão Norte-Coreano


John Choi nos conta como era a vida na prisão: “Prisioneiros não são humanos na Coreia do Norte”

O cristão norte-coreano refugiado, John Choi, responde à pergunta: “Como é ter liberdade para viver uma vida cristã abertamente?”. Ele diz que a pergunta o remete ao centro de detenção, onde quase morreu, 14 anos atrás. “Eu tinha apenas 15 anos na época, e fui preso na China por tentar cruzar a fronteira para a Mongólia”, relembra.
Choi diz que é difícil escrever sobre esse tópico, mas quer que todos conheçam a realidade. Havia 50 presos na cela e eram obrigados a ficar sentados no chão o tempo todo, um de costas para o outro. “O companheiro de cela que estava atrás de mim morreu durante a noite, os carcereiros vieram e o arrastaram como se fosse um animal morto. Prisioneiros não são humanos na Coreia do Norte”. Choi conta ainda que como criança viu muitas mortes na rua. As pessoas morriam de fome e eram jogadas na rua. “Mas essa experiência do prisioneiro morrer era nova e chocante para mim. Eu estava submerso em medo, medo da morte, medo de ser arrastado como aquele outro”.
Experimentando liberdade e democracia
“Eu fui liberado da prisão depois de quase morrer torturado. Foi um milagre. Eu fugi pela segunda vez para a China e, apesar de muitos obstáculos e perigos, cheguei à Coreia do Sul em segurança”, conta. Choi hoje mora no Reino Unido, onde estuda e trabalha numa sociedade democrática e livre. “Na Coreia do Norte, liberdade era apenas um conceito, uma ideia. Aqui liberdade faz parte da minha vida diária. Eu posso ir à igreja sem ser preso, posso ler a Bíblia sem medo de espias. Posso orar, cantar e adorar sabendo que Deus ‘e’ outros podem me ouvir. Não preciso temer”.
Choi celebra também a liberdade de poder se expressar da forma que quer. “Na Coreia do Norte, o governo decide tudo para você. Aqui nós podemos achar e criar oportunidades. Por que estou compartilhando tudo isso? Porque vocês precisam saber de onde vim, para entender como eu valorizo a liberdade. Espero que vocês entendam o grande dom da liberdade e da democracia que vocês receberam. Deus me salvou da Coreia do Norte e me deu o dom da liberdade, e não vou mantê-lo para mim mesmo”, conclui o cristão.
Fonte: Portas Abertas.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Anajure, juristas a serviço de Cristo


“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.” Sl 89:14


Em meados de janeiro do ano passado (2017) a Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE lançou processo seletivo para o seu mais novo programa, o Academia ANAJURE, que ocorreria em julho daquele ano, na Unievangélica, em Anápolis-GO. Tal evento, em sua 1ª edição, visava à capacitação e aprimoramento de cristãos, operadores do Direito, na defesa de nossos princípios, inclusive por meio da aplicação da lei. O tema do 1º Academia foi o seguinte: “Cosmovisão Cristã aplicada às ciências jurídicas”.

Meu coração palpitou quando vislumbrei que poderia participar de tal evento e ser contemplado com uma das 30 bolsas em disputa à época. Inscrevi-me e participei do processo seletivo, composto por 2 fases, uma produção textual e uma entrevista por Skype.

Grande foi a minha alegria quando meu nome constou da lista de aprovados! Posso afirmar sem titubear que não imaginava, nem de perto, o quanto Deus iria mexer comigo durante aquele evento. A verdade é que eu me sentia como um “patinho fora da lagoa”, ao ver muitos irmãos em Cristo, assim como eu bacharelandos em Direito, calarem-se diante da manipulação sofismática que tenta desconstruir os valores cristãos nas universidades.

Quantas vezes cheguei a questionar se minha postura de não me conformar com o que nos era imposto era, de fato, a postura correta. O Academia foi um verdadeiro sinal de que Deus estava atento à angústia do meu coração.

Voltando ao evento em si, minha alegria foi sendo potencializada a cada dia. Logo de início, participamos do Culto de abertura na Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, então pastoreada pelo Reverendo Augustus Nicodemus. Ouvimos uma Palavra maravilhosa sobre Romanos, capítulo 8, ministrado com maestria pelo Reverendo. Como bom Batista renovado que sou, por muitas vezes o “aleluia” e o “glória a Deus” vieram à garganta durante o Culto, mas acabei me segurando (embora durante o Academia eu não tenha resistido).

Ao final do Culto de abertura, falei ao Rev. Nicodemus: “Pastor, quase que eu soltava um Aleluia! Mas eu me segurei”. Foi então que ele respondeu: “Você deveria ter soltado! Nós somos presbiterianos, mas batemos o pé de vez em quando.” A irreverência do querido Rev. Nicodemus me cativou de pronto, e foi assim que começou o Academia para mim.

Do Culto fomos para Anápolis-GO, local em que as palestras seriam ministradas. Ao chegar no Hotel, fomos para o quarto, onde aguardamos os demais irmãos chegarem, para matar a fome que nos matava...

No dia seguinte, deu-se início à odisseia que inundava a nossa alma, em que o Espírito Santo, agindo ativamente à cada ministração, testificava que aquele não seria um evento qualquer.

Tivemos ministrações e palestras sensacionais! Desde o Pr. Jonas Madureira (por meio do qual nós aprendemos que há livros que não podemos passar dessa vida para a outra sem ler) ao irmão Jeffery Ventrella (voraz defensor dos valores de Cristo), a maestria dos palestrantes arrefecia as nossas angústias internas e, eles mesmos apresentavam-se como verdadeiros esteios tão necessários à vida daqueles que, muito além das ciências jurídicas, queriam testificar do amor de Deus, inclusive por meio delas.

Pude conhecer o Presidente da ANAJURE, Dr. Uziel Santana, e posso afirmar que a ANAJURE está nas mãos certas. Homem centrado, sereno, capacitado, Batista (isso é um plus sem igual, rs), e, sobretudo, extremamente temente a Deus é um exemplo e uma referência, sem sombra de dúvidas, a todos que participaram do Academia ANAJURE.

Não haveria espaço para descrever cada um dos maravilhosos amigos que lá fiz! Do pernambucano Helder (pentecostal disfarçado de presbiteriano, rs) ao amigo Isaac (gaúcho que saiu praticamente falando em línguas), não há como descrever a profunda alegria que foi conhecer cada um deles.

A verdade é que as lembranças estão tão vivas no meu coração, que até parece que foi ontem que estive no Academia ANAJURE. O que falar da noite de talentos? Da noite de esportes? Do ferro de passar roupa que era assunto dominante no grupo de whatsapp durante a madrugada? Ou mesmo do pão-de-queijo tão falado e anunciado com o sotaque do paraibano Felipe? Era clarividente que tudo foi preparado debaixo de oração e com profundo amor e esmero!

Com o coração inundante e os olhos marejados é que escrevo este artigo, na certeza de que a ANAJURE nasceu, verdadeiramente, no coração de Deus! a ANAJURE tem atuado em defesa da liberdade religiosa, dos valores cristãos, além de dar suporte jurídico à Igreja do Senhor Jesus. É formada por juristas evangélicos do mais alto gabarito (bacharéis e bacharelandos). Tem atuado nos Tribunais Superiores, nas Casas Legislativas, além de atuar ativamente perante o Supremo Tribunal Federal – STF. Enfim, é um poderoso instrumento de Deus no Brasil, onde aqueles que amam a Jesus, e são chamados a operar o Direito, reúnem seus talentos com todo vigor, para glória do Deus Altíssimo!

Por fim, quero te dizer que o Academia 2018 (2ª edição) já foi lançado. As inscrições estão abertas! Não perca essa oportunidade e seja tão impactado quanto eu fui no ano passado. Que Deus abençoe a todos que vivem, inclusive com seus talentos, em prol do Reino de Deus! Assim é a ANAJURE!



Hélio Roberto.
Twitter: @heliorsousa

Fonte: Artigo escrito para o site GospelPrime.

sexta-feira, 16 de março de 2018

O que significa ser cheio do Espírito Santo?


“E não vos embriagueis com o vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito.” Ef 5:18


É intrigante como o Apóstolo Paulo apõe na mesma frase duas sentenças completamente paradoxais. Em uma primeira análise, parece não fazer muito sentido o amado Apóstolo, no mesmo versículo, ter justaposto uma exortação quanto à embriaguez com o vinho e uma ordenança para que sejamos cheios do Espírito Santo. Por que será, então, que o Espírito Santo inspirou Paulo a escrever esse versículo desta forma?
Entendo que o ponto em comum está em como devemos perder o controle de nossas vidas! Explico. É que quando se está embriagado com vinho, perde-se, no mais das vezes, o controle de ações e condutas. Aquele que está embriagado não se domina mais, mas é dominado pelo vinho; não tem mais vontade, sendo a sua vontade dominada pelo vinho; não mais tem controle de si mesmo, sendo completamente dominado pelo vinho, e é exatamente aí que está o cerne desse versículo.
Ser cheio do Espírito Santo significa, literalmente, perder o controle de sua vida. Assim como na embriaguez o embriagado não se controle, de modo análogo, aquele que é cheio do Espírito já não tem qualquer controle sobre sua vida, já não decide segundo sua vontade, mas segundo a vontade do Espírito; já não vai para onde quer, mas para onde o Espírito direciona; já não confia em si mesmo, mas toda sua confiança está no Espírito Santo; já não se controla, mas está sob total controle do Espírito de Deus.
Ser cheio do Espírito Santo vai muito além da manifestação de dons espirituais. Ser cheio do Espírito retrata um estado de vida, alma e espírito totalmente conectados e dependentes da direção de Deus. Significa conversarmos a todo tempo e sobre todo assunto com o Amado Espírito de Deus.
Mas por que eu preciso ser cheio do Espírito Santo, afinal? Veja, conquanto a Trindade seja una, ela se apresenta em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Quando observamos a História do homem no tocante ao seu relacionamento com Deus, constatamos a atuação (visível) de forma mais assertiva de determinada pessoa da Trindade, embora seja um só Deus.
No Antigo Testamento vê-se de forma evidente (repito, de maneira visível, ou seja, a forma como Deus se apresenta) uma ação mais direta de Deus Pai, em que o próprio Deus peleja pelo seu povo e protege a nação de Israel. Com a encarnação de Cristo, vê-se de forma clara e pujante a atuação do Deus Filho, ensinando-nos a verdadeiramente adorarmos a Deus e pagando o preço pelos nossos pecados. Com a ressurreição e assunção de Jesus, foi-nos enviado o Deus Espírito Santo, nosso Ajudador!
Nesse prisma, vivemos, atualmente, sob a égide do Espírito Santo, sendo convencidos de nossos pecados e nos relacionando com Deus por meio de Sua atuação. Vivemos o ministério do Espírito Santo!
Deixe-me tentar explicar melhor. Jesus disse o seguinte: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre. A saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” Jo 14:16,17 (ARA). Observe os tempos verbais do trecho em destaque acima. Jesus, falando sobre o Espírito Santo diz: “mas vós o conheceis, porque ele habita convosco. Intrigante não? Se pensarmos que o Espírito Santo ainda não tinha sido enviado à Terra, já que para tal era necessário que Jesus morresse e ressuscitasse, de quem então Jesus estava falando? Quem, de fato, os discípulos conheciam e habitava com eles? Ora, Jesus estava falando de si mesmo. Era através da pessoa de Jesus que, naquele momento, os discípulos podiam ver o Espírito Santo, dado que era o próprio Senhor que habitava no meio deles. Jesus era a imagem visível que apresentava o Espírito de Deus. Veja agora o segundo tempo verbal, quando Jesus diz: “e estará em vós”. Jesus agora fala de um evento futuro, fazendo referência ao momento no qual o Espírito será enviado a todos os que amam ao Senhor, ou seja, os discípulos poderiam perceber o Espírito Santo através da pessoa de Jesus, mas, no futuro, seriam Seus templos!
Talvez agora fique mais claro. Jesus continua seu diálogo, e diz: “respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada.” Jo 14:23 (ARA). Observe que Jesus está dizendo que o Pai e o Filho morarão naqueles que o amam. Mas como o Pai e Filho habitam em nós? Aí está o de mais maravilhoso: por meio do Deus Espírito Santo! A Trindade habita em nós através da pessoa do Deus Espírito Santo!
Quando somos morada do Espírito de Deus, tanto o Pai quanto o Filho em nós habitam!
Ao nos tornarmos habitação do Espírito Santo, passamos a ser moldados por Ele. Ser cheio do Espírito Santo é o estado máximo da dependência de Deus; repito: é perder o controle de si mesmo, passando a ser completamente dominado e direcionado por Deus, tanto em atitudes, Quanto em sentimentos e pensamentos!
Todavia, precisamos tomar cuidado para não entristecermos o Espírito de Deus. Billy Graham, certa feita, ao chegar em uma fábrica têxtil foi informado pelo anfitrião de que determinada máquina de tear, operando milhares de fios ao mesmo tempo, interrompia suas atividades automaticamente quando qualquer dos milhares de fios fosse rompido. Para demonstrar esse fato, o anfitrião rompe um único fio, o que fez com que máquina parasse imediatamente.
De modo semelhante age o Espírito de Deus. Quando pecamos e entristecemos o Espírito Santo, ele não deixa de habitar em nós, mas o seu fluir é interrompido em nossas vidas. Precisamos pedir perdão ao Espírito Santo toda vez que o entristecemos, de modo que a comunhão com Ele seja plenamente restabelecida!
Busque a plenitude do Espírito e seja cheio da presença de Deus!
Como dizia um antigo hino:
"Espírito Santo, sou o menor dos vasos;
Mas quero ser transbordar da tua presença."


Que Deus nos abençoe grandemente, em nome de Jesus!
Hélio Roberto.
Fonte: Artigo escrito para o site GospelPrime.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Eu ou a Bíblia? Quem está no centro?


Pelo que, tendo este ministério, assim como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos; 2. pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; mas, pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus. 2 Coríntios 4: 1

Queridos irmãos, como é comum que queiramos (ainda que sem perceber) alterar a Palavra de Deus às nossas verdades, sentimentos e vontades. Paulo nos alerta para que não adulteremos a Palavra de Deus.

Devemos ler a Bíblia dispostos a sermos mudados por ela, colocando a mensagem de Jesus no centro, e nós na "periferia"; não nos colocando no centro, como é o costume de muitos. 

Recebamos e sejamos transformados pela Palavra, e não queiramos moldar as Escrituras a nós mesmos. Isso requer renúncia, humildade e dependência!

Hélio Roberto.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A palavra branda desvia o furor


“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Provérbios‬ ‭15:1

Use a sensibilidade ao invés da ira no processo de disciplina. Ann ilustra isso bem. Ela saiu da porta principal da sua casa para se encontrar com seu filho de onze anos que havia passado a bicicleta dele por cima das flores no jardim, danificando algumas das que ela mais gostava. Sua primeira reação foi de ira, e começou a imaginar que consequências lhe imporia. Ele se apressou e foi para o quarto. Depois de respirar fundo algumas vezes, ela decidiu agir de uma maneira diferente. Se acalmou, entrou em casa, foi ao quarto dele e, com uma flor na mão, lhe disse: “Estou muito triste. Eu gostava muito dessa flor, mas você passou sua bicicleta por cima dela e agora ela está quebrada.” Então, se virou e saiu do quarto.

Pouco depois, seu filho se aproximou e lhe disse: “Mamãe, sinto muito pelo que fiz com as flores. Sei que são importantes para você. Terei mais cuidado com minha bicicleta da próxima vez“. Ann ficou feliz com a reação do filho. Normalmente ele se prepararia para sua ira e começaria a se justificar imediatamente. Ann estava satisfeita por ter sido mais sensível desta vez.

Atenção! Os pais que fazem mal uso dessa técnica em pouco tempo acabam criando uma carga de culpa sobre seus filhos. A chave é ser autêntico. Se você, como pai, deixa a ira de lado por um momento, verá que realmente está triste pelo que seu filho fez e poderá demonstrar isso a ele, porque conhece as consequências a longo prazo do comportamento errado que ele teve. Reflita sobre a situação e aja de um modo amável. A brandura abre portas nas relações, mas a ira constrói muros.

Fonte: “Manual para pais cristãos”, de Scott Turansky e Joanne Miller.